sexta-feira, 11 de maio de 2007

O Ministério da Educação e a estabilidade profissional do corpo docente

Tomemos como exemplo - verdadeiro - as colocações do professor x nos últimos 9 anos, em escolas que distam umas das outras um máximo de 16 quilómetros:
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98/99: escola 1
99/00: escola 1
00/01: escola 1
01/02: escola 1
02/03: escola 2
03/04: escola 1
04/05: escola 3
05/06: escola 3
06/07: escola 1
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Ressalve-se que:
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- o referido professor sempre deu prioridade à colocação na escola 1, exceptuando os anos lectivos 05/06 e 06/07, em que, farto de tantas manobras, procurou candidatar-se à escola 3 em primeiro lugar e à escola 1 em segundo;
- as colocações nos anos lectivos 99/00 a 01/02 tiveram lugar por destacamento para exercício de um cargo de orientação pedagógica, por iniciativa da escola; não tendo isso acontecido, o seu percurso teria sido ainda mais tortuoso;
- na escola 1 houve sempre horários a concurso, mesmo nos anos em que não foi lá colocado. Cabendo, necessariamente, aos professores a quem foram atribuídos esses horários um percurso de colocações idêntico;
- o percurso de colocações do professor x até pode ser considerado muito bom face a outros - inúmeros - exemplos, uma vez que as escolas em que foi colocado não estão muito distantes umas das outras.
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O ano passado, com pompa e circunstância, o Primeiro Ministro anunciou uma maior estabilidade na colocação dos professores nas escolas, através da afectação da maioria dos professores dos quadros a uma mesma escola por um período de 3 anos. Hoje, o professor x teve conhecimento de que, afinal, contra as suas expectativas, teria que concorrer obrigatoriamente para efeitos de graduação e, eventualmente, colocação.
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Algumas questões para reflexão:
- em que medida beneficiaram e beneficiarão as escolas, os alunos e o professor x (e todos os outros) desta gincana no processo de colocações.
- a escola 2 lembra-se do professor x?; os seus alunos nesta escola ficaram marcados pelo seu trabalho contínuo?; o professor x terá gostado de trabalhar na escola 2?
- o Ministério da Educação está mesmo preocupado com a qualidade dos processos educativos?
- serão o professor x, os alunos y e z e as escola 15 e 30 apenas letras e números?
- quem é que anda a brincar com quem?
- isto é um país?; e se o é, para onde vai?
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1 comentário:

Anónimo disse...
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