domingo, 13 de dezembro de 2009

6+6+6+6 = Equilíbrio, bom senso e inteligência

Há dias, ouvi na TSF estas palavras, de um ouvinte que participava num fórum: "os homens deviam trabalhar seis horas, brincar seis horas, estudar seis horas e dormir seis horas". Não sei se seriam suas, mas ter partilhado estas palavras, para quem as ouve pela primeira vez, foi como uma bofetada seca, ou um aprofundar de convicções no meu caso.
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O modelo económico das sociedades modernas, baseadas no consumo crescente, é uma ilusão, uma mentira ao serviço do bem-estar de alguns - cada vez mais, é verdade -, mas em prejuízo evidente e irreversível do planeta. There's no such a thing as a free lunch, já diziam muitos economistas há décadas atrás, embora noutro contexto. Os recursos têm fim, assim como a nossa capacidade para o trabalho e a sanidade mental dos indivíduos e das sociedades.
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O emprego pleno é outra ilusão, cada vez menos discutível (ainda que pouco discutida), face ao desenvolvimento tecnológico imparável. Das duas uma: ou temos uma grande e cada vez maior percentagem de cidadãos de segunda, desempregados e discriminados pelos apoios sociais do estado, com evidentes consequências ao nível das relações sociais, ou uma distribuição mais equitativa e menos pesada do trabalho. É este segundo caminho que urge seguir e que acarreta profundas alterações ao nosso modelo de desenvolvimento, que deverá ser baseado no lazer e no conhecimento, como contrapontos do trabalho e do descanso.
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