sexta-feira, 30 de abril de 2010

Santana Lopes revisitado

A República Portuguesa está num impasse: atravessa um momento da sua história em que não é possível discernir para onde vamos e com quem. O primeiro ministro já perdeu o direito à grafia em maiúsculas: anda tão desnorteado como Santana Lopes quando colocado à proa desta nau sem velas, inebriado de vertigem, a perorar dislates. José Sócrates mostra a sua desorientação na teimosia: "como não sei onde fica o norte, vamos sempre em frente - o futuro está ali, é verde esperança!", mesmo que todos o vejamos negro como breu. O que diferencia este momento do anterior é o grau de profundidade da crise: eleições antecipadas seriam mais uma pazada no fosso em que estamos. Falta saber se com ela não poderíamos encontrar um pouco de bom-senso, o ouro da contemporaneidade política. De que, parece, só a Cavaco Silva resta um pouco. Será suficiente?

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