segunda-feira, 4 de junho de 2007

Pobrezinhos...

Há cerca de dois anos li um comentário de um economista espanhol a propósito do aumento de impostos em Portugal. Necessariamente por outras palavras, dizia que equivalia a apertar a garganta a alguém que já estava a sufocar.
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Se alguém ainda tem dúvidas das mentiras a que nos têm sujeito e da insensatez das medidas económicas tomadas pelos últimos governos, veja-se a estatística hoje divulgada sobre os salários médios no norte de Portugal e na Galiza: 636 e 1240 euros, respectivamente. Para além de diferenças assinaláveis no PIB e tendências díspares da taxa de desemprego.
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Há dois meses estive com um amigo num café de estrada na aldeia de Arbo, na Galiza, a meio quilómetro da fronteira do rio Minho. Entabulámos conversa com o casal de idosos que geria o estabelecimento e, naturalmente, a conversa tocou na questão mais premente da actualidade galega: a vaga de imigração que assola a região. Conversa puxa conversa e falávamos de salários. A Sra. Maria Porto, dona do estabelecimento, ficou chocada quando lhe confidenciei o meu salário de professor com 12 anos de carreira: "Isso ganha o meu sobrinho, que acabou de sair da escola [sem terminar o ensino secundário, porque não lhe apetecia estudar] numa fábrica de placas de trânsito em Porriño. Sem as horas extraordinárias... [pagas pontualmente]"
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Liminar!
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