Num gesto certamente único no mundo civilizado, 21 membros do Governo de Portugal iniciaram ontem, com toda a pompa e circunstância, a distribuição - a preços reduzidos - de computadores equipados com internet por professores e alunos de escolas de todo o país. Mais um passo do designado Plano Tecnológico. Tudo muito bonito, muito organizado, muito fresco.
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Não fosse ser, simbolicamente (sobretudo pelo que tem de subliminar), mais um pontapé na qualidade dos processos de ensino-aprendizagem que se desenvolvem nas nossas escolas. Pois ao contrário do que nos juram a pés juntos, as novas tecnologias não são uma mais-valia evidente. Ou melhor, são um elemento positivo do mesmo modo que o é uma caneta e uma folha de papel. Mais um recurso a que se deve recorrer com moderação, como forma de variar processos. De resto, o computador e a internet na sala de aula contribuem mais para a distracção e a brincadeira do que qualquer outro recurso educativo.
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Evidentemente, no mundo de hoje, o desenvolvimento de competências ligadas ao uso das novas tecnologias é fundamental. A questão que se coloca é se a sala de aula é ou não o melhor local para as desenvolver. Para quem conhece o terreno, a resposta é claríssima: a esmagadora maioria dos jovens não quer ter ou usar um computador para aprender.
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No fundo, mais um pouco de política à portuguesa... Mas que é muito cool, ai lá isso é!
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