sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Revoltante...

O que mais irrita neste governo não são as medidas políticas cegas que teima em tomar. O que é profundamente revoltante é quererem tomar-nos por cegos.
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Segundo o governo, o encerramento recente de várias urgências e maternidades, por exemplo, não resulta de imperativos económicos, mas sim de uma preocupação genuína com a saúde dos cidadãos. Agradecemos.
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Mal sabem os nossos ilustres representantes que, quando os cidadãos se deslocam a um centro de saúde ou hospital, não o fazem por estarem doentes, mas sim para gozarem com o governo.
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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

A ditadura das prendas

O Natal está gasto. Estas palavras também, por já não serem novas. Embora tente lutar por iludir a obrigação de oferecer prendas, as amarras e os imperativos da boa educação e da consideração coartam a minha liberdade de escolher. Mas o que mais me incomoda nem é o acto de oferecer e receber nesta data, antes o que ele esconde das nossas consciências: a pobreza material e espiritual que grassa, a degradação dos princípios humanos, o sofrimento da natureza... É isto que os embrulhos coloridos realmente encobrem. Mas nós não queremos ver, pois incomodam o nosso bem-estar. Infelizmente, a economia mundial vive deste desperdício.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Pontualidade à portuguesa

Ontem, pelas 19.30, apresentei-me no restaurante Palácio, em Vila Verde, para um jantar de Natal entre colegas de trabalho e amigos. Cheguei sem a prendinha que tinha sido acordada trazer, no valor de dois ou três euros - algo simbólico, que servisse de pretexto para mais umas gargalhadas. Na verdade, aquando da convocatória, não me tinham avisado para tal. Saí novamente para o ar húmido e frio, sem grande esperança de poder desfazer o aperto. Andei meia centena de metros e entrei num quiosque ainda aberto, onde, sem pensar duas vezes e pelo preço estabelecido, comprei uma bolsinha para telemóvel azul bebé com o logotipo da Playboy (que, com grande pontaria, viria a sair em sorteio à colega organizadora do convívio). Em cinco minutos estava de volta ao aconchego do Palácio. Passado o quarto de hora de tolerância da praxe, dos 21 convivas esperados, estavam em campo apenas 9 - número que se manteria até às 20.30! Só às 20.40, setenta minutos depois da hora aprazada, se apresentaram os dois últimos comensais - com uma naturalidade e bonomia invejáveis. Àquela hora, aqueles 9 convivas de modos certamente antiquados e grosseiros já tinham amanhado parte das entradas e vertido alguns decilitros de sangue divino... Uma nota positiva: ninguém faltou ao convívio. Feliz Natal, colegas e amigos!
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